Será que realmente estamos acordados, ou tudo não passa de uma grande peça pregada por nossa própria mente?
Mary Iris Malone, é uma garota de 16 anos que não está nada bem.
Enfrentando o recente divorcio de seus pais, consultas constantes a um psiquiatra, uma dose diária de um remédio tarja preta e o mais recente ainda casamento de seu pai com Kathy - uma garçonete aspirante a escritora-, ela se encontra em um mundo extremamente perturbado onde acredita ser refém de sua própria mente.
Mim descobre que sua mãe está doente e com toda sua impulsividade e rebeldia, parte em uma viagem de ônibus com destino a Cleveland, mais de mil quilômetros da atual Mosquitolândia -Jackson, Mississippi se preferir-, em busca da mãe.
Nesse novo trajeto, a menina é exposta a diferentes situações. Histórias peculiares, cômicas, cheias de seriedades, onde se depara com o perigo e o prazer de novas amizades.
O livro é incrível. Simplesmente não tenho outras palavras para descrever. Desde o início sabemos que a protagonista está bastante perturbada com tantas agitações inesperadas em sua vida, sabemos também que Mim é uma garota particularmente diferente das outras garotas da sua idade.
O humor da personagem é muito singular, ela desfruta bastante da ironia, sarcasmo e tem uma extrema dificuldade de se apegar às pessoas. Mas durante a viagem, ela se encontra mais sensível do que nunca, e mesmo relutante acaba fazendo bons amigos.
O autor não deixa passar que existem perigos para uma garota de 16 anos viajando sozinha em um ônibus, são partes de tirar o fôlego! Em todo trajeto, partes importantes da vida da garota são documentadas em um diário que é feito em forma de cartas.
A melhor parte do livro são as dúvidas, não sabemos se Mim realmente tem problemas psicológicos, não sabemos o que aconteceu com a mãe que há muito tempo não manda notícias, não sabemos se tudo isso é real, é agoniante!
Mosquitolândia é o tipo de livro que prende do início ao fim! Bem estruturado, acontecimentos interessantes e personagens únicos. É o primeiro livro de
David Arnold, e convenhamos, você mandou bem, cara!
David aborda temas pesados como: antidepressivos receitados para crianças -as vezes muito desnecessariamente-, síndrome de Down, pedofilia, psicopatia infantil, além de vários outros temas
bombásticos, de modo inteligente que prende o leitor até o fim.
Me senti extremamente ligada a esse livro. No início eu não estava muito animada, mas acabei me aprofundando e criando laços pessoais com a história. Acho que todos deveriam ler
Mosquitolândia, conquistou meu coração em cada parada de ônibus, notícia
bombástica e pausa para uma maquiagem de guerra.
Mim quebra suas próprias barreiras e isso requer extrema coragem, no livro ela faz coisas inimagináveis e isso nos influencia a fazer o inimaginável. Impossível alguém ler esse livro e não se sentir motivado. É isso aí!